é natal.
e a porra do teclado preto,
das teclas brancas
me diz que foda-se o natal.
é natal.
e ano novo também.
e amanhã é amanhã.
foda-se se é 2011 ou 2012.
é natal.
porra, muita merda aconteceu nesse ultimo ano.
muita merda aconteceu nesses ultimos anos.
e, acontece, é ano novo também.
e seja feliz quem
souber botar a cabeça no lugar
e conseguir manter a paciencia
e não ligar pros erros ortográficos.
a vida corre de mim.
a vida corre de nós.
sorrimos.
flash.
largamos os músculos soltos.
outra foto.
sorrimos.
flash.
ah... outro gole.
os valores estão completamente invertidos.
venera-se quem acha linda a traseira da mulher.
porra, é linda a bunda duma mulher.
mas isso não é valor.
valor.
que porra é essa?
a gente acha que se trata de dinheiro.
ou de conduta.
ou de humanidade.
... humanidade.
a gente esquece o que é a humanidade.
os valores se corromperam num orgulho esdruxulo do amor à bunda.
esse é o Brasil.
À BUNDA E AVANTE!
porra...
tem tanta coisa mais importante que a bunda...
o peito...
a barriga...
o cérebro...
a corrupção...
a privatização...
bunda
bunda
bunda
bunda.
liberdade.
ninguém não tá nem aí pra liberdade.
ou pro saneamento básico.
ou pra esperança dos carentes.
ninguém
é
humano.
vivem de preconceito.
é preto
é branco
é gay...
é bixa...
foda-se...
acabou...
tudo bixa...
querem dar...
dar pra quem quer comer...
e
o mundo já
cabou.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Castidade
De repente estou com a mesma cara que o Elefante do blog. Essa cara apática e estúpida. Me sinto como se saísse dum convento, com uma visão de mundo estranhamente pura e lindamente positivista. Enquanto o resto do mundo continua a ser o que sempre foi. As pessoas não estão dispostas a amar ou perdoar ou essas coisas que tangem os âmbitos das religiões. Estão mais interessadas em, afogadas em completo egoísmo, viver a vida. Eu também tive meus tempos de sonhos grandes, de egoísmos justificáveis, de pequenas maldades divertidas.
Olho para os outros e me pergunto como a sociedade consegue seguir esse ritmo violento de caça-caçador, onde ainda vence o mais forte. Estamos todos bem, sorrindo das nossas vidas contentes e das inteligências inferiores às nossas. Julga-se muito. E eu, a nova freira, fico com a sensação que isso tudo é sujo, que toda atitude tomada resulta em algo ou alguém prejudicado, mas não estamos preocupados com isso. Estamos preocupados com o que é amor? e com o que é ódio?
A resposta nunca importa. Aliás, nada importa, nessa passagem rápida pela Terra.
Olho para os outros e me pergunto como a sociedade consegue seguir esse ritmo violento de caça-caçador, onde ainda vence o mais forte. Estamos todos bem, sorrindo das nossas vidas contentes e das inteligências inferiores às nossas. Julga-se muito. E eu, a nova freira, fico com a sensação que isso tudo é sujo, que toda atitude tomada resulta em algo ou alguém prejudicado, mas não estamos preocupados com isso. Estamos preocupados com o que é amor? e com o que é ódio?
A resposta nunca importa. Aliás, nada importa, nessa passagem rápida pela Terra.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
O músico
larará
larará
era uma vez
um escritor
que sentado
esperava o fim do mundo
lararará
lararará
o escritor amava música
mas não sabia cantar
e nem tinha ritmo pra batucar
tu-tu-tum-pá
gemia notas suaves
que só seus ouvidos ouviam
de suas narinas
o som anasalado
saia acanhado
hmmmm, mmm, mmmm.
hum, hm, mm.
hm, mmmmm. mmm, hmmm.
e quando alguém chegava perto
o escritor fazia silêncio
e esperava a solidão
hmmm. larará larará. hm m mmm hm. pararárarará.
o mundo não vai acabar
e logo o carros vão voar
e os robôs vão dominar o mundo
os humanos serão recicláveis
o amor morre
e fica a produtividade
quem dera terminasse agora
no auge da felicidade.
larará
era uma vez
um escritor
que sentado
esperava o fim do mundo
lararará
lararará
o escritor amava música
mas não sabia cantar
e nem tinha ritmo pra batucar
tu-tu-tum-pá
gemia notas suaves
que só seus ouvidos ouviam
de suas narinas
o som anasalado
saia acanhado
hmmmm, mmm, mmmm.
hum, hm, mm.
hm, mmmmm. mmm, hmmm.
e quando alguém chegava perto
o escritor fazia silêncio
e esperava a solidão
hmmm. larará larará. hm m mmm hm. pararárarará.
o mundo não vai acabar
e logo o carros vão voar
e os robôs vão dominar o mundo
os humanos serão recicláveis
o amor morre
e fica a produtividade
quem dera terminasse agora
no auge da felicidade.
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