sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Felicidade

We never talk about poetry, 'cus she knows nothing about poetry.
We never talk about movies, 'cus she likes some shitty movies.
We never talk about politics, 'cus she really don't give a goddamn fuck about politics.
We never talk about art, 'cus she think that's a matter for druggies, so she hates arts.
We never talk about human beings, 'cus she don't mind if she's talking with a dog, a heartless bitch, a mindless bodybuilder, or a fuckin' human being.
We never talk about nothing, 'cus that's what she wants to talk about, but I don't have this kind of stuff inside my fuck'd up mind.

So we fuck.
Than she sleeps.
Than I read.
So she wakes up and we fuck again.
Than she, with her heartless bitches so called bffs, disappear fastly enough to make a guy feels impotent. My thing semi-hard and she's already buying lovely shoes.
Than I take my bath.
Fill my glass with pure cheap wine and light a small ganja.
Stay tunned for the next episode of Californication.
I smile.
This is love.
This is life.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Ballet

ela se levanta
e se põe a rodar
no silêncio
e no escuro

todo mundo a vê
mas ela está tão só
e gira
e gira

ela sorri
enquanto seus braços abrem e fecham
e ela se faz de bailarina
de olhos fechados

faz um movimento final
como se a música acabasse
as pessoas aplaudem
e ficam de pé

hoje ela é nova Ana Botafogo
ou a nova Natalie Portman
mas ontem ela era normal
vamos ver o que acontece amanhã

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Hank Moody

"Sure, she's done some crazy things, but I wasn't always an honest boyfriend - if she was nuts, I'd helped to get her there."
God Hates Us All, de Hank Moddy.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Fome

Mais ou menos um mês sem transar e eu já me sinto a Virgem Maria a espera de um filho de Deus. Um sacrifício divino, a abstinência sexual. Depois de um ano paradíssimo, relacionado às relações sexuais, e movimentadíssimo, relacionado às relações onanísticas, me vejo juvenilmente solitário. As vezes é difícil me imaginar como nos tempos de ouro, dias em que eu transava a torto e a direita, pois hoje eu sou um cara que não tem nenhuma representatividade social. Eu sou um estranho à sociedade. Não tenho muitos amigos. Não saio muito de casa. Não sei me divertir em grupo. Normalmente minhas diversões não passam de solidões prazerosas, recheadas de vinho ou filme ou literatura de boníssima qualidade. Não sei mais dançar, nem conversar, nem xavecar (acabei de procurar no Google qual é a pronuncia certa e me deparo com "Como xavecar garotas sem parecer um babaca", irônico), nem ficar bêbado. E nessa vida caseira, não pode se esperar muita feminilidade que não seja virtual. E por virtualidade não digo apenas pornografia, bastam as atrizes de belos sorrisos ou as fotos de belas pernas ou a caracterização de uma personagem em um livro qualquer. São nessas horas de desanimada solidão e necessidade em enfiar minhas partes em alguma bela fêmea que me dói o coração e me vem a lembrança da benção da ignorância sexual. Quando se é assexuado, não há nenhuma necessidade, basta um pouco de calor humano para que os órgãos se esquentem e se tornem vulgares e promíscuos. O cérebro fervendo à mil, imaginando poses e cenas, inventando sonhos quentes com gente que a gente nunca viu. Ah, que benção a virgindade.