Era verão, dezembro, mas não fazia mais que 12º. A cidade estava nadando em uma chuva infindável e o inverno tomava conta dos dias e das noites. Estávamos no meu carro, cada um em seu assento. Meu banco estava levantado, o dela abaixado. Estávamos nus, eu olhava para ela, apaixonado; ela, para o celular.
- Ele não me atende... - Ela estava completamente bêbada. Eu, sóbrio. - Acho que ele não gosta mais de mim.
Pus a mão na coxa dela, eu sorria enquanto ela se lamentava. Os seios dela estavam suados e brilhavam à luz da rua. Ela tirou a minha mão da coxa dela, sorriu para mim, um sorriso amigável. Os pêlos dela eram ralos, bem curtos e charmosos. Os lábios carnudos. Talvez fora a mais bela mulher que já vira. Ela segurou a minha mão, ainda olhando para o telefone.
- Ele não gosta mais de mim, né?
- Você quer que ele goste?
- Quero.
- Por quê?
- Carência.
- Eu te amo.
- Ama?
- De certo modo, amo.
- Não serve.
- Por quê?
- Tem de ser amor completo e verdadeiro.
- Pra quê?
- Pra acabar a minha carência.
- Que besteira. - A beijei longamente, beijava seu pescoço e seus seios. Ela suspirava.
O telefone tocou, ela sorriu lindamente.
- Oi, amor! É, você não me atende! Tá, já vou praí, o Thomas me leva. Tudo bem, te amo!
- Pois é, ele ligou...
- Você me leva lá?
- Levo.