domingo, 20 de janeiro de 2013
O poeta agnóstico e seu temor pelo Criador do Universo
e se eu pudesse escreveria todos os meus poemas
que tenho pra escrever pra você
e o mundo inteiro saberia
que amo todos os centímetros da tua epiderme
que teu cheiro me exalta
e tua boca me excita
mas não posso
este poeta se fecha para o mundo
não com o medo do amor
como outrora
pois o poeta que é poeta está sempre enamorado
seja por todas as pernas que aparecem sob vestidos e shorts curtos
ou os decotes que mostram o coração e a alma
ou o movimento chicoteante dos cabelos das que andam contra o vento
ou o simples voo de um pássaro
o mio de um gato
a beleza duma flor
o poeta ama o mundo em toda a sua desgraça
pois Deus lhe fez assim
inocente de amor
e cretino o suficiente para amar tudo o que puder
o amor do mundo
me fecho com medo do Criador
que levanto bandeiras de não sua inexistência
mas da minha independência Dele
e se existe ou não
não faz parte do meu discurso
pois o poeta teme que Deus não se sinta confortável
com que Ele não seja necessitado
então o poeta não escreve mais
já que não quer que Deus ouça seus suspiros
suas dores
seus amores
e todas as divagações
boas ou más
que se passam dentro desse cérebro
se soubesse quanto te amo
e se eu pudesse largar todo esse amor
pelos meus dedos
e imprimí-los nesta tela
esvaziando meu coração desses planos que dificilmente se tornarão realidade
você fugiria de mim
e eu ficaria sozinho de novo
só com Deus
rindo de mim
e da minha solidão