Todos os dias, nas minhas sinônias, me vejo caindo. Voando em queda livre. O vento secando a minha boca e meus olhos. Mas eu nunca chego ao chão. Caio do infinito ao infinito.
Essa noite me vi cair de novo, mas dessa vez eu chegava em altíssima velocidade ao meu colchão. Sentia minhas costas doendo com o impacto e as molas me empurrando para o meu devido lugar de origem, o ar. E depois eu caia de novo, e dor de novo e ser empurrado de novo.
Eu não tô pronto para morrer. Deve ser isso.