sábado, 9 de julho de 2011

Passado

Essa tarde reencontrei uma garota que fui apaixonado aos 17 anos. Amanda tinha a minha altura, cabelos loiros ondulados, um sorriso magnífico e olhos que imitavam os de um gato. Na época eu namorava uma garota estranhamente feia, o amor é cego e vivi essa máxima no peito (ia escrever que vivi na pele, mas o problema era mais profundo). Então eu e Amanda fomos ao cinema e nos beijamos uma vez, ou melhor, eu a beijei uma vez. Ela dizia que eu amava a minha namorada feiosa e que a traição não era certa. Duas horas de um jogo delicioso de beijos de canto de boca e no pescoço. E eu voltei à minha nada bela amada, apaixonado por um beijo e uma promessa de que íamos dar certo. Ela me enrolou por séculos dizendo que não ficaríamos juntos enquanto eu não terminasse o romance com a feia. Eu terminei e ela continuou me enrolando. As mulheres belíssimas têm esse dom, o de enrolar. E ela era uma das três mulheres mais linda que já vi na vida. E todas as três me enrolaram para caralho. Ela acabou sumindo da minha vida. Namorou um cara realmente bonito que diziam ser parecido comigo, vai ver era um Thomas melhorado. Agora namora um filho da puta peludo. Enfim, Amanda estava lá, sentada e languida e bela com os seios mais belos do Brasil. Eu acho que é sorte, afinal nosso romance de duas horas aconteceu quando éramos crianças. Hoje eu ficaria depressivo com todo o vazio que aquele corpo fantástico me faria e eu me tornaria um homossexual frustrado, pois jamais beijaria uma mulher mais bela que ela, jamais seguraria tão perfeitos seios. Todas as outras poderiam ser mais engraçadas ou mais inteligentes (não precisa muito, beleza e inteligência raramente andam de mãos dadas) ou mais interessantes, mas nunca mais belas ou mais gostosas...