tua mente vangloriando
trazendo mil espíritos contentes
que vagam por eternidades
e clamam em tremor
tuas histórias se repetindo
todas as vezes que você respira
e perde o regozijo de sentir
até que sente de novo e sorri
teu corpo em êxtase
liberando uma imensidão
de cores e sabores e cheiros
que enuviam o ar de uma cor roxa
teus olhos vibram e brilham
como harpas em nuvens distantes
tão altas como a casa do criador
ou os satélites que se batem lá em cima
tolho com os olhos
e tensiono o teu sono
suspiro em carinho
uma nota só de puro amor
dois mil anos se passaram
e as tragédias continuam obstruindo
o que a gente buscou chamar de felicidade
como raios de sol que secam rios poluídos
uma longa marcha até um foguete
que me leva a você
que me leva até a Lua
que me tira de órbita
que me rasga em pedaços
que me costura por inteiro
que me explode como fogos de artifício
celebrando um novo ano que repete
dois mil deles
e eu voando
em trajetórias
configuradas
a nunca chegar
em nenhum lugar