sou um pombo
que anda
e cisca
e anda
e voa
que se aninha
nos cantos escuros
e altos
praticamente
quieto
e resiliente
e imundo
arrulho
um som tao baixo
que me esqueço
que fui eu
esquece
mas dentro
de mim
Buda vive
um Buda em berros altos e estridentes
me explodindo em uma energia que fluidamente
entra
em mim
Buda quebra
e minha caixa toráxica
inflada e inflamada
segue como colete a prova de balas
arrulho
me aninho
quieto
cisco