Sei que você não passa por aqui. Mas, caso passe, saiba que voltei a sonhar com você. Eles têm sido bastante frequentes e bastante bons. Esse último não foi.
Estavamos num show, eu, você e... pessoas... Nós só andavamos de mãos dadas e braços dados. Num certo ponto, te empurrei pra parede e tentei te beijar.
- Thomas!
- Manda...
- Tua namorada tá aqui, eu vi ela!
- Ex namorada.
- Ela é louca, você sabe disso.
- Eu não falo com ela faz muito tempo, ela já desencanou. - Daí eu te beijei.
E ficamos de namorico no show, até que, enquanto eu andava sozinho, a minha ex veio. Era uma menina com quem eu estudava no Ensino Médio, que eu não vejo há uns 5 ou 6 anos, pra mais... Vai entender os sonhos...
- Tho - Ela sorriu calmamente.
- Lu...
- Eu tenho uma notícia pra você.
- Diga.
- Acabei de ter um filho.
- NOSSA! - Me espantei.
- É teu - Continuava sorrindo.
- QUE?
- É...
Por isso, peguei meu carro e fui embora, sem nem falar com você. Teus amigos me viram falando com a ex namorada, mas nunca me viram voltando. Óbviamente, você ficou de cara, pensando que eu tinha feito alguma merda.
No dia seguinte, eu estava andando no shopping, um shopping que não existe, mas sempre que eu sonho com shopping, sonho com esse. Lá estava a minha ex e os amigos dela. Continuei andando, fingindo não os ver. Ela levanta e acena pra mim. Eu comecei a correr pro andar de cima (?).
Foi uma correria dos diabos, cada um correndo pra um lado, todo mundo querendo me pegar. Até que eu puxei a ex e comecei a conversar com ela. No fim das contas ela me mostrou o bebê e disse "Não quero ele pra mim. É seu." com aquele mesmo sorriso calmo de quando ela me deu a notícia.
Daí eu apareci na minha casa, que não tinha nada a ver com nenhuma casa que eu já morei. Você tava lá comigo. Nós nos beijavamos e o nenê chorava.
- Tho, a criança tá chorando!
- Eu não quero ser pai.
- Mas você É pai.
- Eu não sei ser pai.
- Eu vou embora.
- Eu quero você.
- Mas você tem que ser pai. Não tem que me querer. Não se preocupa, eu já to indo embora mesmo.
- Não vai, por favor.
- Eu vou sim, você tem coisa mais importante pra cuidar.
Eu apareci num outro comodo, completamente escuro. Tinha muitos cocôs de criança por todos os lados. Eu tava muito na bad. Eu tentava limpar, mas sempre aparecia mais.
De repente eu tava na rua, correndo até você. Você ia pegar um onibus pra tua cidade e eu tinha que interceptá-lo. Eu corria, corria, mas eu nunca cheguei até ele. Daí veio a notícia, "Tua vó, ao tentar pegar o ônibus, levou uma facada na cabeça, mas está bem."
O sonho mudou e eu não te encontrei.
Tenho saudades. Muitas saudades.