domingo, 17 de outubro de 2010
Thomas, o apaixonado
A primeira paixão a gente nunca esquece. E por algum motivo, ela me ressurgiu na pele. Ela estava lá, como sempre esteve, belíssima, seios fartos, cintura fina, rosto de menina e mais alta do que eu. Era uma musa que eu me continha a olhar, como os homens olham revistas masculinas. Por algum motivo, o nariz dela tocou a minha bochecha e, embriagada, ela disse que sofria. Não sei se é a tara de sofredor ou se é de bêbado, mas, ou o sofrimento, ou a embriaguez, me fez um bêbado maior. Um bêbado menos bêbado e mais bonito. A beleza conta muito nesses casos perdidos em que a mulher é a mais bela de todas as mulheres, e pode acreditar, eu não sou bonito. Aqui vou eu, me aventurar num caos criado pela minha mente. Bem vindos, sonhos libidinosos e pensamentos surreais. Bem vinda inútil esperança. E que eu saiba me contentar com o arrependimento posterior. Ou com as transar vazias. Ou com os tragos intermináveis.