segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Cigarro

Ela fumava para caralho. Conseguia fumar um cigarro em 4 minutos, quando fazia isso com esse simples intuito. Quando estava conversando, sua velocidade de sugação caia e seus cigarros sobreviviam quase 18 minutos. Era um cigarro após o outro, parecendo uma Maria Fumaça. Seu hálito era repugnante e beijar a boca dela dava a mesma sensação de lamber um cinzeiro. Antes de por o cigarro na boca, ela queimava o seu filtro. Era como uma mania obsessiva: queimar filtros de cigarro. Ela dizia que o cigarro era cortado por vidro, então o filtro e a ponta podiam ter pedacinhos de vidro impregnados. Grande merda, eu pensava. Ela suga veneno para dentro dos pulmões e está preocupada com um fiapo ridículo e exdruchulo de vidro. É como eu tirar a baioneta da minha espingarda. A porra da faquinha da ponta da arma pode machucar pessoas. Puta hipocrisia do caralho, se vai se matar, que ao menos se machuque! Ou vai ficar de viadagem? A morte dramática e lenta, sem uma porra de uma afta na boca causada por um pedaço ridículo de vidro. Aliás, quem diabos inventou essa história escrota de fiapos de vidro em filtro de cigarro? Daqui a pouco vão dizer que camisinhas dificultam a circulação do sangue peniano, então que transem sem camisinha e se fodam com uma maldita AIDS nos seus sangues. Pelo menos eles vão fluir naturalmente, sem nenhuma camisinha para impedir-lhes o fluxo.