segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Prostituição literária
De novo sentado na frente do computador. De novo nauseado de tanto beber vodka, whisky, tequila, cerveja, na noite interior. De novo de ressaca. Sempre de ressaca. Os bilhões de remédios jogados sobre a minha mesa. Todos que eu deveria tomar. Mas, porra, foda-se a minha saúde. Engraçado, entre os comprimidos, ao lado do celular, um cigarro de maconha, um pouco na frente uma caneca suja fedendo a cerveja velha. Saúde, meus queridos. A porra da saúde batendo na minha cabeça ressaqueada. De novo querendo escrever, como todos os dias. Escrever é tão complicado, um trabalho tão árduo. Não sei como todo mundo escreve. Afinal, o mundo inteiro é escritor. E todo mundo escreve bem. É tão fácil. Um mundo cheio de elogios sobre uma subliteratura desprezível. E esses escritores de merda ganham dinheiro para escrever merda. Nessas horas que percebo que não sou bom escritor. Acho que nunca ia ganhar um puto com a porra da minha escrita. Puto. Em compensação, acho que eu ganharia uns trocados como puto. Eu sou um puto. Um puto que dá o seu corpo. Que elas me comam quando quiserem. É tudo sobre o desejo feminino. É tudo sobre uma boceta molhada na ponta da minha língua. Um puto apaixonado pela vulva. Um puto que nunca se apaixona nem escreve nada bom. Porra, que vida.