quinta-feira, 13 de maio de 2010

Apologia às amantes

Inválido como um turbilhão de inexperiências, um vômito de más notícias que toma o chão imundo. Mais uma vez, cruelmente, venho dizer que não ligo mais. É essa indiferença que deixava todo mundo espantado. Um espanto que tomava os copos sujos de cerveja vencida, que transbordava pela privada e pelas pias sujas de urina (sim, a pia estava suja de urina, não me pergunte o motivo). Grande coisa, eu pensava. Eu podia ficar andando por ai, sem rumo, sem vontade, sem um planejamento dessa minha vida insuficientemente monótona. Ah, que ingratidão com os amores. Todas aquelas que, por bem, ou por mal, me carregaram, têm de suportar o desgosto de me ver assim. Juro que não fiz por mal, só não sei ser diferente.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Consumismo

Sobretudo: vulgar.
Claro nas linhas
Ou prescritos nas entrelinhas.
Um olhar que seduzia,
Que chamava, pedia.
Um encanto sem espanto.
Escondido nos cantos,
Cantos de bocas,
Que se calam prá dizer.
E dizem muito,
Muito "ah!" para pouco "a".
As coisas jogadas no chão,
Sem muito cuidado.
As pernas entrelaçadas
Que diziam mais, muito mais,
Do que aquele silêncio.
Silêncio quebrado por suspiros.
Suspiros e sorrisos.
E depois o suspiro.
E o gozo.
E o riso.