sábado, 9 de agosto de 2014

Carta de amor

quero me sentar
aqui na frente
dessa tela
e te pintar
em poesia

que eu queria ser
o filósofo
que fugiu
do ponto
final
pra continuar
girando em espiral

minhas notas
em enciclopédia
traduzindo
os meus dias
dos melhores
tons de azul
e verde
e cinza e
vermelho

tons
de sons
distintos
e distantes

sons de tons distantes
distintos

foi ontem
e o tempo
parece
tanto
tempo

te pedir desculpas
por esse
ser o melhor
eu

que eu nunca fui
tão bom
pra mim

te agradecer
por ser
esse meu melhor
eu

repetindo
sem cessar
elogios coloridos
das minhas cordas
desgastadas
de fumaça

pra te ver sorrir de novo

rodopiando num ballet eterno
pra não te deixar
esquecer

que essa é só
mais
uma carta de
amor

que escrevi
pra você