sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Felicidade

We never talk about poetry, 'cus she knows nothing about poetry.
We never talk about movies, 'cus she likes some shitty movies.
We never talk about politics, 'cus she really don't give a goddamn fuck about politics.
We never talk about art, 'cus she think that's a matter for druggies, so she hates arts.
We never talk about human beings, 'cus she don't mind if she's talking with a dog, a heartless bitch, a mindless bodybuilder, or a fuckin' human being.
We never talk about nothing, 'cus that's what she wants to talk about, but I don't have this kind of stuff inside my fuck'd up mind.

So we fuck.
Than she sleeps.
Than I read.
So she wakes up and we fuck again.
Than she, with her heartless bitches so called bffs, disappear fastly enough to make a guy feels impotent. My thing semi-hard and she's already buying lovely shoes.
Than I take my bath.
Fill my glass with pure cheap wine and light a small ganja.
Stay tunned for the next episode of Californication.
I smile.
This is love.
This is life.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Pedofilia

A minha ex namorada estava apaixonada por um menino e eu já tinha deixado de ser um havia muito tempo. Algumas pessoas simplesmente não conseguem suportar a maturidade, outras não conseguem ser maduras.

Eu estava apaixonado por uma menina e eu já tinha deixado de ser menino havia muito tempo. Ela era cinco anos mais nova do que eu, sem contar os meses, senão a gente arrendonda pra seis. Cinco anos e nove meses mais nova.

Amanda apareceu na minha vida quando minha priminha (da idade da Amanda) apareceu com sua amiguinha em casa. A amiguinha apareceu vestindo uma blusa marrom decotada com um triângulo estampado cortado pelo decote, no braço esquerdo uma tatuagem de algo que eu não sabia dizer o que era, na mão direita segurava um Bukowski ainda plastificado. Vai ver minha priminha não era mais uma criança e eu não sabia. Quantos anos você tem? Er, seis a menos que você! Jesus, eu estava ficando velho.
Amanda não falou muita coisa, mas não precisava. Eu estava completamente apaixonado por uma menina que ainda não atingira a maioridade simplesmente por ela estar na minha sala de estar, sentada na poltrona que dava pra frente pra televisão. Querem cerveja? Eu perguntei. Ai, será? Meu pai logo chega. Acho que não, Tho. Respondeu a minha priminha. Os olhos da amiguinha encontraram os meus, ela sorriu, se levantou e veio em minha direção. Eu abri passagem a ela e eu pude sentir um cheiro doce e esplêndido. Não bastava ser bela, tinha que ser cheirosa. Posso? Segurando a Heineken de 600ml. Pega copo pra gente ali. Ela deu um gole no bico. É Pink Floyd? Eu perguntei. Aham. Ela respondeu. É que falta o raio de luz. Sabe Deus se as meninas de hoje em dia tem bom gosto o suficiente pra ouvir Floyd. Ela deu outro gole e chegou perto de mim, Acho que sou só eu mesmo. Foi até a sacada e acendeu um cigarro.
Como é o nome da tua amiga, Mari? Amanda, esse é o Thomas, Thomas, essa é a Amanda. Ela olhou pra mim e me ofereceu a garrafa. Dei um gole. Mari, posso ficar por aqui? Falou olhando pra mim. Claro, mas vai pra casa dormir lá? A priminha chegou perto e tirou a cerveja de mim, deu um senhor gole. Claro, mas antes vamos sair. Nós três. Você podia chamar uns amigos teus, né, Tho? O celular da priminha tocou.
Era o meu tio, estava lá embaixo. Ela me deu um beijo na bochecha, outro na amiguinha. Quando estava saindo, se virou, Se comportem!

domingo, 15 de janeiro de 2012

Ballet

ela se levanta
e se põe a rodar
no silêncio
e no escuro

todo mundo a vê
mas ela está tão só
e gira
e gira

ela sorri
enquanto seus braços abrem e fecham
e ela se faz de bailarina
de olhos fechados

faz um movimento final
como se a música acabasse
as pessoas aplaudem
e ficam de pé

hoje ela é nova Ana Botafogo
ou a nova Natalie Portman
mas ontem ela era normal
vamos ver o que acontece amanhã

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Hank Moody

"Sure, she's done some crazy things, but I wasn't always an honest boyfriend - if she was nuts, I'd helped to get her there."
God Hates Us All, de Hank Moddy.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Fome

Mais ou menos um mês sem transar e eu já me sinto a Virgem Maria a espera de um filho de Deus. Um sacrifício divino, a abstinência sexual. Depois de um ano paradíssimo, relacionado às relações sexuais, e movimentadíssimo, relacionado às relações onanísticas, me vejo juvenilmente solitário. As vezes é difícil me imaginar como nos tempos de ouro, dias em que eu transava a torto e a direita, pois hoje eu sou um cara que não tem nenhuma representatividade social. Eu sou um estranho à sociedade. Não tenho muitos amigos. Não saio muito de casa. Não sei me divertir em grupo. Normalmente minhas diversões não passam de solidões prazerosas, recheadas de vinho ou filme ou literatura de boníssima qualidade. Não sei mais dançar, nem conversar, nem xavecar (acabei de procurar no Google qual é a pronuncia certa e me deparo com "Como xavecar garotas sem parecer um babaca", irônico), nem ficar bêbado. E nessa vida caseira, não pode se esperar muita feminilidade que não seja virtual. E por virtualidade não digo apenas pornografia, bastam as atrizes de belos sorrisos ou as fotos de belas pernas ou a caracterização de uma personagem em um livro qualquer. São nessas horas de desanimada solidão e necessidade em enfiar minhas partes em alguma bela fêmea que me dói o coração e me vem a lembrança da benção da ignorância sexual. Quando se é assexuado, não há nenhuma necessidade, basta um pouco de calor humano para que os órgãos se esquentem e se tornem vulgares e promíscuos. O cérebro fervendo à mil, imaginando poses e cenas, inventando sonhos quentes com gente que a gente nunca viu. Ah, que benção a virgindade.