sábado, 13 de agosto de 2016

Bomba relógio

deleitosamente mergulhava nos mesmos motes
escolhendo fonemas distintos que simultaneamente me traziam de volta a quem eu
verdadeiramente
sou

talvez não evolua por falta de prática
ou estou num processo evolutivo incessante
sempre mais velho
e mais barbado

defenestrar meu presente não me soa consciente
ou sábio sob qualquer
instância
mas sigo num jogo de adivinhações em que
eu não paro de ganhar
experiência

sempre me debatendo na mesma poça de lama
buscando ar onde não há
me arranho todo e eu não faço questão de sentir dor

qualquer surto é demais
fecho os olhos e não surto
porque de certa forma
o surto
não vale
o sofrimento

amarro forte as minhas viseiras
e seriamente evito olhares
e contatos

sempre resiliente

esperando

explodir às 11h de uma terça feira