sábado, 15 de janeiro de 2011

O nascer de um sentimento

Amanda era ex paixão do meu melhor amigo. Ele, de certo modo, amava ela. Era uma paixão de alguém que nunca amou, então ele achava que era amor. Pois uma vez nós saímos, eu, Amanda, o melhor amigo e outros amigos nossos. Bebíamos Bacardi Big Apple num posto, Amanda disse: Não deixa eu ficar com ele, tá? Respondi sorridente, completamente bêbado: Só com ele? Ela riu, eu também. Levantamos e fomos abraçados, cruzando passos e capengando até a balada. Acabamos ficando para trás, ela tinha que dar oi a um ex namorado.
Na frente da balada, lhe disse: Manda, eu queria agradecer pela nossa amizade. De todas as minhas amigas, você foi a única que eu nunca tive segundas intenções. É uma amizade pura. Ela sorriu deliciosamente, os olhos de bêbada cerrados me olhando fundo. Mordeu o lábio e disse: Nunca? Eu senti calor, olhei para cima, esperando que Deus me ajudasse. Ah... veja bem... Respondi. Olhei nos olhos dela e simplesmente nos beijamos. Eu estava sendo o pior amigo que meu melhor amigo queria e eu sabia que estava errado, ela não sabia, estava caindo de bêbada, eu era o culpado.

O tempo passou e nós continuávamos a pecar durante as madrugadas quentes dentro do meu carro, embriagados e seduzidos por uma idéia perigosa. Certo dia, nos beijávamos no banco do passageiro e a capa do óculos dela caiu entre os bancos do meu carro. Levei a capa para casa e no dia seguinte, com Amanda na cabeça, abri a capa. A capa era lilás e seu interior era feito de veludo roxo, essas cores eram a cara dela, e o cheiro do perfume dela estava lá dentro, encrustado naquele veludo macio. Pus o nariz ali e respirei fundo, de olhos fechados sendo dominado por uma coisa nova.
Durante os dois dias seguintes, respirei o perfume dela de dentro daquela capa. Aqueles dois dias em que eu não precisava almoçar, ou jantar, ou ir ao banheiro ou tomar banho. Eu precisava sentir o cheiro dela. Era o amor. A primeira vez que eu amava. A única vez que amei. Estava ridiculamente apaixonado, envolvido num namoro proibido e libidinoso. Minhas narinas estavam cheias de amor, do mais puro e completo amor. Eu amava Amanda e meu nariz podia dizer isso para quem ele quisesse.