quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O casamento do bêbado

Eu estava completamente bêbado
E as luzes brilhavam e a música fodia meus tímpanos.
Ela apareceu, pequena.
Pequena e bela.
"Quero me casar com essa mulher"
Eu pensei.
E ela olhou para mim.
E eu olhei para ela.
E ela dançava e olhava e parava de olhar.
Talvez ela quisesse casar comigo,
Ou dançar comigo,
Ou beber alguma coisa, eu pagava, qualquer coisa.
Ela era pequena, bem pequena
E seu cabelo cacheado,
Realmente cacheado,
Maravilhosamente cacheado,
Quase batia na bunda.
O nariz fino e belíssimo.
Eu tenho esse negócio
Com narizes.
Amo um belo nariz.
E ela tinha o mais belo.
Eu precisava que minhas filhas tivessem aquele nariz.
E pensei "caralho, preciso mijar"
Decidi que mijaria, depois voltaria falar com ela
E pediria ela em casamento
Ali na pista teríamos uma belíssima família
De crianças com narizes delicados
E cabelos pretos cacheados
E nos amaríamos para todo o sempre.
Fui mijar, quando voltei,
Ela tinha sumido.
Eu revirei o lugar
De cabo a rabo.
E não achei ninguém,
Até que pensei
"Aliás, como ela era mesmo?
Que merda, tô tão bêbado que não lembro como era..."