domingo, 9 de março de 2014

AAAAH... Nós somos, lá de São Carlos...

Eu nunca escrevi sobre o CAASO. É que eu acho que precisaria explicar o que ele é. Ou porque eu gosto dos meus textos distantes. É que eu não quero pôr o nome de ninguém. Nem mesmo o meu nome. Minha literatura é assinada pelo nome de Thomas Verskitsch. Não quero que o leitor acredite que eu, Eduardo, passei pelos episódios que costumo narrar em prosa ou poesia, mesmo se eu realmente tenha participado deles.
Mas eu creio que falto com respeito com um centro acadêmico que se tornou personificado, alvo de um sentimento real de amor. Sempre me envergonhei de ser brasileiro, não preciso explicar o porque, portanto sempre me indignei com o sentimento patriótico. A tal ponto de considerar ridículo o patriotismo norte-americano. Eu não me sentiria orgulhoso de ser americano. E de repente eu me sinto patriota de algo que nem é pátria. Minha terra adotiva, minha cultura. Meus novos valores.
Sinceramente acho engraçado. Sinto o que sinto e sinto que é surreal. Quase idiótico. Foi difícil ir embora. Eu senti que terminei um namoro. Enlutado com a morte de um relacionamento. No auge do nosso relacionamento. Quando eu mais o amava e mais queria o bem dele. E foi tão longo o luto. Tão sozinho eu fiquei. Por tanto tempo. Paciente. Esperando. Eu disse que vou embora e devolvi as chaves. Mas eu estava lá. Eu não fui embora rápido assim. O fim do nosso namoro foram dois meses de processo de adaptação. Mas faz tanto tempo. Eu sou assim porque ele me fez assim.
Que difícil é esperar. Esperar por uma nova pátria. Ou os vestibulandos são brasileiros? Os vestibulandos estudam. Porque eu não apoio enfiar o semblante num pedaço de terra e dizer que é meu. Com o meu exército inteiro, esperando a ordem para atacar, matar, saquear e estuprar. Eu não apoio os exércitos. Pelo menos não o meu. Que difícil ver a morte acontecer lentamente e a vida acabar em três suspiros. As pessoas crescendo a minha volta.
Sem pátria. Dono do nada. Dono da paciência e do silêncio.Vestido do meu uniforme. Camiseta amarela. Diariamente. Sem esquecer que o fim do nosso relacionamento significa mudança, crescimento, evolução. Esperando um futuro fruto das minhas melhores escolhas. Sem negar raízes, sem perder identidade, sem esquecer o que é amor.

Raça CAASO.