terça-feira, 30 de agosto de 2011

Vida, morte e filosofia barata

queria fazer tanta coisa
conhecer o mundo
conhecer gente nova
conhecer música nova

eu não sou curioso
mas não sou acomodado
gosto do diferente
e odeio o meu mundo

as pessoas são muito parecidas
todas com seus defeitos
e suas manias
e seu jeito estranho de ferir umas as outras

e eu sempre estou buscando pessoas melhores
mas elas não existem
e eu procuro mais
mas eu estou sozinho

eu estou vivo
isso tem importado muito, ultimamente
e eu não me cansei de procurar
mas tenho medo de cansar

eu quero acreditar na bondade
e no amor
e nas coisas bonitas que os hippies vendiam
mas só vejo produtos caros e mulheres vazias e a morte sondando com cara de cu

a vida não tem me tratado tão bem
e eu procuro rasgar umas lágrimas do meu olho
mas eu nunca choro
e eu acordo outra vez e bato mais uma punheta

acordar é muito difícil
é quando eu vejo que nada é como eu espero
a vida é bela
e eu não sei bem do que eu reclamo

e as minhas meias sujas estão espalhadas pelo quarto
e eu tenho umas duas cuecas limpas
e eu já não ligo mais pra mancha de vinho na camiseta
ou do rasgo ridículo na minha calça

tenho pensado em coisas mais importantes que meu sorriso
e meu cabelo
e a porra seca na minha bermuda preta
eu ainda estou vivo

e quase sempre eu preferia ser normal
e não pensar tanto
e gostar de todo mundo
e de todas as músicas

mas eu nunca me contento com tudo isso
acho que só eu estou vivo