quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Amor, sexo e masturbação

Passei muitos meses transando. Transando várias vezes por dia. Isso acabou comigo. Me fez um peso morto nesse país fodido.
Outrora, o sexo me era uma religião. Era um vício repleto de magia. Eu era um cheirador de bocetas, um fumante de línguas. Um drogado inconsequente marcando nomes num caderno de vaginas para a contabilidade. Mas o excesso de sexo fodeu comigo. Hoje não sei o que as pessoas veem nesse ato incoerente de enfiar seus sexos nos sexos alheios. A população toda se esfregando em prol de mais um orgasmo. Uma orgia gigante que tem o mesmo significado que aquela masturbação no banheiro sujo de casa. É a mesma solidão, só que com cheiro de suor e saliva.
Não me lembro de como é fazer amor. E acho que quase ninguém lembra como é fazer amor. A porra do amor é uma neurose estressante desnecessária. Ninguém, dessa orgia insana, está disposto à neurose. Só queremos seguir rezando e fodendo e nos drogando. A mesma merda de sempre. Todos nus nas suas masturbações coletivas.