domingo, 22 de maio de 2011

Caju et circense

O amor é uma palhaçada, Amanda dizia entre lindos soluços. Acho tão belo quando as mulheres choram soluçando que nem crianças mimadas. Odeio quando elas gritam e sofrem e toda essa desgraça. Gosto das pequenas tragédias humanas que fazem delas lindamente vulneráveis.
O amor é uma palhaçada, concordei sem dizer nada. As mulheres são todas cruéis e os homens são piores ainda. E todos nós, humanos, estamos nesse circo, entre leões treinados, elefantes subnutridos, trapezistas alcoolatras e palhaços cruéis. Todos nós tão assustados quanto as crianças que assistem o globo da morte. O amor é uma palhaçada, mas quem consegue viver sozinho? Uma hora uma vagabunda, ou um filho da puta, no caso das mulheres, lhe fisga o coração e mais uma vez você está pendurado, nu e envergonhado, enquanto Deus ri da sua desgraça.
Abri meus braços para ela, mas ela não quis meu abraço. Queria todo o amor que o filho da puta não queria mais dar a ela.
Dei de ombros e fui pra casa.
Sempre odiei palhaços.